O ano de 2021 ficou para trás, mas o grande número de desastres climáticos extremos não devem ser esquecidos. Afinal, são indícios que as mudanças climáticas progridem sem cessar e que suas consequências são evidentes. Além disso, esses eventos climáticos trouxeram miséria para milhões em todo o mundo em 2021.
Nesse sentido, a BBC nos apresentou um estudo da instituição de caridade Christian Aid recentemente, que identificou 10 eventos extremos, cada um deles causando mais de US $ 1,5 bilhão em danos. Nesse sentido, o levantamento é baseado nas perdas financeiras de sinistros de seguro com catástrofes naturais globais. De fato, 2021 é a quarta vez em cinco anos que causaram um prejuízo de mais de US $ 100 bilhões.
Enfim, parece um forte indício que os desastres climáticos estão mais frequentes e mais extremos!
Veja 3 desastres climáticos extremos de 2021 ao redor do mundo
- Furacão Ida nos Estados Unidos: foi o evento climático mais destrutivo do ano em termos financeiros com perdas econômicas estimadas em US $ 65 bilhões. Essa tempestade trouxe chuvas massivas em vários estados e cidades, com Nova York emitindo um alerta de emergência de inundação pela primeira vez. Cerca de 95 pessoas morreram.
Inundações em Nova Jersey após o furacão Ida; GETTY IMAGES
- As Inundações generalizadas na Alemanha, França e outros países europeus em julho. Lá a velocidade e a intensidade da água sobrecarregaram as defesas e 240 pessoas perderam a vida. Os danos relatados foram de cerca de US $ 43 bilhões.
Um trem atropelado por escombros na Áustria após uma forte inundação em agosto (GETTY IMAGES)
- As inundações no Sudão do Sul deslocaram mais de 800.000 pessoas. Enquanto 200.000 tiveram que se mudar para escapar do ciclone Tauktae, que atingiu a Índia, Sri Lanka e Maldivas em maio.
No Sudão do Sul, as inundações fizeram com que centenas de milhares de pessoas abandonassem suas casas (GETTY IMAGES)
Tragédia na Bahia causadas por chuvas extremas
Os brasileiros acompanharam a tragédia das chuvas no sul da Bahia durante o mês de dezembro. Alguns números deixam evidentes a dimensão da tragédia:
- 24 pessoas morreram,
- 53,9 mil ficaram desalojadas e
- 629 mil foram afetadas de alguma forma pelas enchentes.
- 24 cidades do sul da Bahia em situação de emergência.
- Diversas localidades ficaram debaixo d’água
De fato, temporais concentrados em poucas horas atingiram dezenas de cidades baianas. Nesse sentido, especialistas em meteorologia e clima apontam a influência de diversos fatores sobre a tradicional Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Nesse sentido, os fatores atípicos, extremos e associados às chuvas mais intensas foram:
- La Niña: Significa chuvas fortes e abundantes no Norte e no Nordeste do Brasil. E seca no Sul do país. Mas nenhum evento La Niña é igual ao outro.
- Depressão subtropical: Evento meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens, ventos, tempestades e agitação marítima. Em alguns casos, ela pode evoluir para uma tempestade tropical.
- Aquecimento global: de certa forma é possível que a ocorrência desses eventos extremos seja consistente com o que se espera para um mundo cada vez mais quente”.
Trecho do rio Cachoeira que transbordou em Itabuna, uma das dezenas de cidades do sul da Bahia atingidas por fortes chuvas em dezembro (REUTERS)
O que fazer?
O relatório destaca a necessidade de maiores esforços na redução das emissões de dióxido de carbono para reduzir os impactos futuros relacionados ao clima. Também pede aos diplomatas do clima global que coloquem seu dinheiro onde estão e ajudem os países mais pobres que sofrem enormes perdas econômicas.
Nas negociações climáticas globais da COP26 em Glasgow, esta questão de financiamento para perdas e danos causados por eventos relacionados ao clima gerou grande desacordo entre os países. Mas, os países em desenvolvimento queriam dinheiro – os mais ricos disseram que precisamos de mais conversas sobre o assunto.
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