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Efeito dominó da crise hídrica. Prepare-se!

12/05/2020 - Represa Passaúna Foto Gilson Abreu

Desgraça pouca é bobagem, já diz o ditado popular. No entanto, o cenário a frente preocupa até o valente e resiliente povo brasileiro. Afinal, os reflexos e as dificuldades já são sentidos todos os dias. A crise hídrica provoca inúmeras dificuldades para milhões de brasileiros. Acompanhe essa viagem pelo Rio Paraná e entenda o tamanho da encrenca.

 

O início da jornada: a dádiva do Rio Paraná

Embarcamos no caudaloso Rio Paraná e percorremos quase 5 mil quilômetros desde sua nascente até sua foz no Rio do Prata. Suas águas definem fronteiras entre os estados do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Passa pelo estado do Paraná e atravessa nossos vizinhos Paraguai e Argentina.

Assim como em diversas civilizações históricas, o Rio Paraná provê um imenso potencial de desenvolvimento social e econômico. De suas águas, a rica fauna marinha possibilita a pesca de subsistência para inúmeras famílias e o famoso turismo pesqueiro da região.

Além disso, o Rio Paraná provê a melhor forma de escoamento da farta produção do agronegócio até o Porto de Santos. A subutilizada hidrovia Tietê-Paraná une menor custo com sustentabilidade quando comparada com o modal rodoviário de transporte por caminhões.

E por fim, o Rio Paraná faz parte da bacia com maior capacidade instalada de geração hidrelétrica do país. E atende cerca de um terço da população brasileira que vive nessa região.

 

Jornada interrompida: a pior crise hídrica de nossas vidas e suas consequências

Infelizmente a jornada é interrompida. Falta de água! A pior crise hídrica dos últimos 91 anos reduziu o volume de água do Rio Paraná.

As margens recuaram, lagoas surgiram. O ciclo da vida marinha sofre. O velho pescador percebe rápido a mudança, mas sofre junto em silêncio.

O produtor agrícola perde a hidrovia e precisa pagar mais para transportar sua produção. Afinal são 3,5 milhões de toneladas de  produtos agropecuários como milho, soja, cana-de-açúcar e etanol transportados todos os anos. Somente até o final do ano, estimam-se perdas de R$ 3,5 bilhões com transporte e renda local.

Afinal, uma barcaça consegue transportar 6 mil toneladas, enquanto caminhões carregam entre 35 e 40 toneladas. O preço da hidrovia chega a ser 35% do valor do transporte rodoviário.

Além disso, há o custo ambiental. Enquanto os caminhões produzem 100 gramas de CO2 a cada tonelada por quilômetro transportado, a hidrovia produz apenas 20 gramas de CO2. Em suma, a hidrovia Tietê-Paraná retira 250 mil viagens de caminhões por ano das estradas.

 

O cobertor curto: as difíceis decisões do governo

No meio dessa crise secular, o governo precisa ponderar entre a segurança energética e as atividades econômicas, tais como, pesca, irrigação e transporte. A decisão de reduzir a vazão dos rios para reduzir o risco de apagões mais adiante tem consequências.

As gôndolas dos supermercados já refletem os custos maiores de produção e transporte dos alimentos. Nesse sentido, a inflação já distante de sua meta, ameaça os bolsos dos brasileiros.

Do outro lado, o preço da energia elétrica é um dos principais vilões da inflação. Afinal, o governo para evitar o apagão elétrico anunciou nova bandeira tarifária de “escassez hídrica” até o final de abril de 2022. Nesse sentido, as contas de luz terão a taxa extra de R$ 14,20 a cada cem kWh consumidos.

De fato, chegamos a uma situação difícil. Como sempre, não fizemos a lição de casa no tempo devido. E infelizmente, os custos da inação são compartilhados com todos nós.

 

Fim da viagem: Faça sua parte!

Chegamos ao fim de nossa viagem. Esperamos que tenha aproveitado. E mais, faça a sua parte!

Afinal, ações individuais inspiram. Bons exemplos iluminam o caminho.

Seguem algumas lições que apontamos ao longo de nossa jornada. Talvez uma ou duas delas façam sentido para você:

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